PIETÀ Vejo-te ainda, Mãe, de olhar parado, Da pedra e da tristeza, no teu canto, Comigo ao colo, morto e nu, gelado, Embrulhado nas dobras do teu manto.
Sobre o golpe sem fundo do meu lado Ia caindo o rio do teu pranto; E o meu corpo pasmava, amortalhado, De um rio amargo que adoçava tanto.
Depois, a noite de uma outra vida Veio descendo lenta, apetecida Pela terra-polar de que me fiz;
Mas o teu pranto, pela noite além, Seiva do mundo, ia caindo, Mãe, Na sepultura fria da raiz. Miguel Torga
Quem não tem a sua via sacra?! :(
ResponderEliminarAbtraço