quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

Natal!


Na Tal

Na tal habitação volto a falar-te
Na tal que já eu próprio não conheço
Na tal que mais que tálamo era berço
Na tal em que de noite nunca é tarde

Na tal de que por fim ninguém se evade
Na tal a que sei bem que não regresso
Na tal que umbilical cabe num verso
Na tal sem universo que a iguale

Na tal habitação te vou falando
Na tal como quem joga às escondidas
Na tal a ver se tu me dizes qual

Na tal de que eu herdei só este canto
Na tal que para sempre está perdida
Na tal em que o natal era Natal

David Mourão-Ferreira
(imagem em crónicasportuguesas)

1 comentário:

  1. BOA NOITE!

    Olá! Amei este poema de NATAL,bem estruturado. Muito bom! Eu não conhecia.
    Obrigada! Por nos compartilhar, tão lindo poema.

    Que seu NATAL seja MARAVILHOSO* um ANO NOVO de realizações***

    Abraço!

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