sábado, 8 de março de 2014

«A uma mulher do meu País!»




Abre as asas, tu que não desistes

de encontrar as asas nos teus braços

e com eles descobrires novos espaços.



Abre as asas, tu que não desistes

de rasgar, no tempo, o calendário

que preenche, em cada dia, o teu diário.


Abre as asas, tu que não desistes

de mostrar que és viva, e continuas

percorrendo, serena, as mesmas ruas.


Abre as asas, tu que não desistes

de mudar a face da cidade

em ímpetos de arrojo e de vontade.


Abre as asas, tu que não desistes

de enfrentar o sol que te encandeia

e quebra a tua última cadeia.



Abre as asas, amor, e segue em frente,

voa sempre, voa sempre, sem cansaço,

e ensina a voar toda esta gente

que continua especada olhando o espaço.


FERNANDO PEIXOTO

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