Tinha medo de morrer em Dezembro porque guardava na memória grandes perdas neste mês, uma das quais a da mãe, quando era apenas uma criança de dez anos. Era uma mulher-coragem, com uma enorme vontade de viver e ajudar a viver. Vi-a muitas vezes triste, vi muitas vezes lágrimas nos seus olhos castanhos, doces e sorridentes. É que às vezes desanimava com a doença de meu pai, acamado durante doze anos, mas reagia depressa e voltava à luta que era o seu dia-a-dia, ainda e sempre com uma disponibilidade imensa para os filhos e netos! Também a vi rir muitas vezes porque era alegre, apesar de tudo!
Afinal, não partiu em Dezembro mas num Março que vai doer para sempre. Os cravos eram as suas flores preferidas.
Tenho saudades dela, do seu sorriso e das suas palavras. Fazem-me sempre falta.
Era a minha Mãe e faria hoje cem anos!
Recordaste uma mulher NOBRE. A minha Mãe fazia anos um dia antes: dia dezassete! Enfim, a lei da vida! A saudade não parte. Fica!
ResponderEliminar